Checkpoint Charlie

Esse foi o último bar que fomos e o mais interessante, sob vários apectos.
Era um Bar, com letra maiúscula, muito escuro e cheio de propagandas em neon - aqui eles adoram neon.
Tinha uma banda tocando e o local era um paraíso dos white trash.
O casal que dá para ver no vídeo, dançando bem pertinho da banda, é a epítome do white trash. Ficaram dançando como loucos, totalmente bêbados.
Mas antes tinha uma outra senhoura, meio gordota, de cabelos longos e totalmente grisalhos, vestida (para matar) à la 4 de julho: vermelho, branco e azul. Sem alguns dentes. Dançando elouquecidamente, acho que essa nem tava bêbada.
Tinha também um senhorzinho baixinho e gordinho, rolha de poço como dizem, no balcão, tentando em vão encontrar algum equilíbio em uma das pernas. Ele até que se saiu bem. Enquanto isso, caçava com os braços algum tipo de pássaro gigante que só ele via.
Ainda tinha o churrasqueiro [!] atacando alguns hamburguers - não conseguimos descobrir onde era a grelha - era o 'manager' do local, pelo visto. Totalmente tatuado, desde os dedos até a cabeça raspada. Aquelas tatuagens de má qualidade, velhas, já com cara de tatuagem de chiclete Ploc.

Fora isso, tinha a banda. Os músicos faziam o maior tipo 'working class', eu achei que era só tipo. Na verdade eles tinham a maior cara de gente bem alimentada. Enfim.
E tinha, claro, a namoradinha do vocalista, toda bonitinha de vestido e salto, jeito de rica. Deixou ostensivamente 20 dólares na caixinha dos músicos, para incentivar a generosidade no público.

A banda era boa.